terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Aqueles 5 minutos

A capacidade do ser humano de distorcer as informações e manipulá-las como quer é fantástica. Às vezes tenho muita certeza de que aquela frase "Felizes dos ignorantes" está completamente certa. Mas, ao mesmo tempo, penso como sou fraca de pensar que é mais fácil não saber das coisas, do que possuir inteligência emocional. Confesso que não sou uma pessoa inteligente emocionalmente. Que me entrego a sentimentos fúteis e desnecessários, capazes de destruírem um dia ou a vida inteira. Prefiro me deixar sentir o frio na barriga e a sensação de vazio e raiva, do que pensar em todos os lados da situação e pensar em um jeito mais fácil de relevar determinado fato. Sou fraca. Sou volúvel. 

Ah, sei lá.

Entenda. As relações interpessoais possuem níveis e classificações. É difícil conviver com pessoas que não entendem as diferenças entre elas. Nós, desde que nascemos e começamos a estudar, aprendemos as formas de lidar com as coisas na vida. Desde os exercícios de matemática, até as apresentações de teatro. Temos que conviver com pessoas que gostamos e não gostamos e, com o tempo, aprendemos como devemos nos portar junto delas, afinal, todos devem ser dotados de educação, não apenas acadêmica. Existem pessoas, digo pelo meu círculo restrito de verdadeiras amizades e inúmeras pessoas aleatórias, que não possuem discernimento ao se envolver com outras pessoas. Existem pessoas tão vazias em suas vidas pessoais, que procuram derramar no trabalho todo o desempenho que poderia ser dividido equilibradamente. Essas pessoas não entendem as diferenças entre amizade, profissionalismo, ética, consideração e, muito menos, amor. Algumas pessoas não entendem que, mesmo que exista uma convivência contínua, uma troca de cartões, diariamente, não existe relacionamento emocional. Viver com as pessoas que você trabalha, não necessariamente significa amar as pessoas que você trabalha. Ou estuda. Ou conhece no restaurante que frequenta todos os dias. Claro, existem pessoas que, em qualquer hipótese, conseguem te cativar e te fazer querer, o tempo todo, ser gentil. Assim como existem pessoas que possuem um DNA diferenciado que nos obriga a nos afastar, pelo simples olhar. Mas o engraçado de tudo isso é que, normalmente, são essas pessoas que possuem uma vontade extraordinária de se envolver com as pessoas. Elas são vazias, elas são ignorantes, arrogantes e prepotentes. Elas podem não ter um centavo, mas andam de nariz empinado. As razões? Inúmeras. Passado corrompido, relacionamentos que deram errado, rejeição. Acredito que todas as pessoas possuam motivos para ser como são. Acredito que todas as pessoas mereçam a chance de se envolver com alguém, emocionalmente ou não. Mas acredito que algumas pessoas possuem um caráter tão sujo, com o tempo e suas más escolhas, que talvez não consigam mais, nunca mais, viver como uma pessoa normal.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Coisas que ninguém sabe sobre mim

Choro muito. Choro em minha casa, quase todo tempo. Choro, principalmente, assistindo Glee. Podem falar o que quiser, que é uma série infantil, que é bobo, que é musical e ninguém gosta, mas Ryan Murph, pra mim, criou a melhor série do mundo. Sonho com Broadway desde que tinha uns 12 anos, cantar e atuar e ser feliz. Mas, como nada é exatamente como queremos... Obrigada Ryan, por me fazer ver o que perdi e chorar. Choro quando vejo algo bobo, como uma criança sendo gentil, uma pessoa ajudando um idoso, ou um simples gesto de educação. Péssimo né? Ficar emotivo por coisas que deveriam ser cotidianas. Me emociono demais em casamentos. Não sei se sabem, mas canto em casamentos, desde que tinha 7 anos, com meu pai. Cantei em inúmeros casamentos, pois hoje tenho 23 (quase 24) e eles nunca me deixaram emotiva, mas, após um tempo, mais especificamente há uns dois anos, tenho me emocionado demais. Choro de verdade nos casamentos que canto, de pessoas que nunca vi na vida. Choro quando ouço os sim, certos e indecisos, ao mesmo tempo. Choro ao ouvir de declarações, ou mesmo agradecimentos, dos noivos. Mas é choro de alegria. De ver duas pessoas se unindo, mesmo achando, quase sempre, que essa união não será eterna. Outra coisa péssima, pois isso devia ser praxe na vida de pessoas, correto? Casar com a pessoa que tem certeza, ter filhos, cuidar e ser feliz e, por fim, se tornar velhinhos e morrer juntos. Quantas pessoas viveram essa realidade? Quase nenhuma, não é? Por isso choro. Choro porque sempre acreditei, desde pequena, em casamento, em amor, tudo o que a Disney sempre nos ensinou, principalmente a parte do felizes para sempre, mas, mesmo assim, aprendemos no decorrer do tempo, que as coisas não são exatamente como imaginamos. Choro. Choro, por ver pessoas que aprecio, pessoas que conheço e admiro, pessoas que sempre tive respeito, traírem, mentirem, entre outras coisas imorais. Choro por saber que pessoas incríveis, que são capazes de coisas inimagináveis, também são capazes de coisas comuns, de coisas sem valor, pelo prazer carnal. Não, este texto não é sobre traição, é sobre o fato de eu chorar demais mesmo, por coisas realmente significativas e coisas supérfluas. Choro por Glee, em casamentos desconhecidos, choro em livros (e isso é inusitado, mas quando um autor me conquista, choro em suas frases bem feitas, mesmo que elas não sejam emocionantes). Choro em pensar no futuro, porque sou uma pessoa perdida em todos os sonhos que um dia tive. O sonho de estrelar na Broadway como cantora e atriz, o sonho de morar em qualquer lugar que valorize cultura, acima de qualquer coisa, o sonho de ser alguém de sucesso e acreditar nisso, pois meu maior defeito é falta de credibilidade em mim mesma e, principalmente, o sonho de fazer algo que amo, todos os dias, mesmo não sabendo o que isso significa.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Os homens nunca saberão

TPM. Tensão não é a definição certa para a primeira letra dessa sigla. Mas também não vou filosofar sobre isso porque estou com ela, ou seja, de mal humor. É engraçado como esse sistema funciona. A forma como somos pegas de surpresa (ok, quem faz calendário não fica tão surpresa assim, mas pra mim é). A forma como mudamos de comportamento, de pensamento, de opinião, em um instante. E daí que eu passei o mês inteiro gostando de roxo, agora quero usar mostarda e nem você, nem ninguém vai reprimir esse desejo. Dane-se que sou uma pessoa educada e gentil, não quero conversar com ninguém agora, porque posso, facilmente, tentar acertar sua cabeça com um martelo. E ai de você se reclamar. Que sentimento triste é esse, de solidão, que faz a gente comer um pote de sorvete com raspas de chocolate, só pelo fato de poder encher a boca com alguma coisa que não dê espaço para poder reclamar de mais alguma coisa que esteja fora do lugar. Vocês nunca entenderão o que isso significa para uma mulher. Nem físico, nem emocionalmente. Por mais poderosa e realizada que a mulher seja, por mais que os comerciais de absorvente a façam se sentir mais forte, mesmo que sua auto estima seja elevada, na TPM ela cai. Na TPM ela sente como se todas as pessoas do mundo estivessem olhando pra ela e julgando seu par de sapatos velhos, mas laceados, que usa para trabalhar todos os dias. Na TPM ela vai ter certeza que seu namorado/marido a trai, diariamente, com qualquer pessoa que olhe pra ele (homem ou mulher). Uma mulher de TPM se emociona assistindo Hora da Aventura e ainda torce pra que reprisem o episódio, só para sofrer duas vezes mais. Vocês nunca entenderão, assim como nós, porque fomos tão castigadas, desde os primórdios, com o parto, com os saltos, com as dietas e estereótipos, mesmo porque, nem nós sabemos. E não me pergunte mais nada.