quarta-feira, 25 de março de 2015

Não, não entendo.

Não entendo gente que para a vida pra viver um relacionamento, principalmente quando ele está caindo aos pedaços. Não consigo entender como um casal consegue fingir tanto que é feliz, sendo que é mentira, sendo que paixão não é o que sustenta relação, sendo que filho não segura marido.

Não consigo entender como algumas necessidades fazem as pessoas viver como idiotas, enganadas por si mesmas, apenas pra tirar algum proveito da situação.

Juro que não entendo quem trai incessantemente, em pensamento, não porque teve um "motivo" ou porque realmente teve uma situação condutora. Trair não é certo pra sociedade ocidental, ok, mas nem é o ato de trair, é pensar em trair, é procurar o trair, com o intuito de quê? Se sentir superior? Se sentir vivo? Porque isso pode acontecer, claro que pode, todo ser humano erra e isso pode acontecer mais de uma vez na vida, mas não quer dizer que você deva procurar a situação.

Não consigo entender como as pessoas se manobram por relacionamentos, deslizando como cobras, tentando fazer a vida andar mesmo que ela esteja empacada. Mesmo que, em vez de serpentes, eles sejam tartarugas.

Não consigo entender pessoas com potencial perdendo seu tempo com relacionamentos mal feitos, mal começados e mal acabados. Mesmo que exista amor, é só isso?

E daí que se ama, se não tem coerência?
E daí que se ama, se não tem respeito?
E daí que se ama, se não tem boas intenções?

Isso não é amor, é paixão. Paixão acaba, paixão cessa, paixão apaga. Não importa quantas vezes você risque os fósforos, se apagou, já era.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Já tive amores muito diferentes. E não estou falando de níveis de amor, como o quanto amei alguém, digo pela diversidade de pessoas que já amei.

As pessoas que convivem comigo sabem disso, elas que me informam. "Marcela, esse cara não tem nada a ver com você". É engraçado, porque cada um deles, aqueles que duraram 3 meses, aqueles que duraram 3 anos, eles eram tudo a ver comigo.

Eu sou uma pessoa de humor. A música que escuto, a roupa que visto, a cor que me atrai, o cheio que me agrada, tudo. Tudo depende de como estou me sentindo naquele dia. Acredito que meus relacionamentos se baseiem nas fases da minha vida, consequentemente com meu humor.

Quando estava conhecendo, aprendendo sobre o amor, existiu alguém que caminhou ao meu lado e fez a mesma coisa. Andamos, caímos, tropeçamos, quase não voltamos pro lugar, mas uma hora as coisas sempre acabam voltando a sua antiga monotonia.

Houve quem me ensinou a amar, porque eu achava que nesses tombos supracitados, eu já havia amado, mas não. Chorou, sentiu, pediu perdão, mentiu. Seguiu meus passos e me fez seguir os dele e chorei e sofri. E sobrevivi.

Aí, quando eu menos esperava, houve àquele que realmente me fez amar. Que era igual a mim em todos os sentidos. Gostava das mesmas coisas e as que não gostava, aprendeu a gostar. Houve pouca briga, houve muita conversa, houve harmonia. Era como se o resto do universo e de todas as outras pessoas incompreensíveis não existissem, mas elas existem e eu gosto delas. Por isso, esse amor eterno também se foi.

E fico e perguntando quantos amores eu poderia escrever. Quantos deles foram amor de verdade e quantos poderiam ter durado a vida toda. A questão é, não existe fórmula, existe forma. Você ama de diversas formas. O amor não é algo palpável, não é tangível, ele é abstrato. Ele não existe.

Ele resiste.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Será tão bom assim o benefício da dúvida?

Passamos tanto tempo tentando não nos enganar e é aí que a gente falha. Passamos tempo querendo entender cada palavra e sentimento, cada situação e no fim, a gente não sabia era nada. Note como somos bons para dar conselhos aos outros e como somos péssimos quando precisamos aplicá-los em nossas vidas. 
Tanto tempo que passei julgando e dando conselhos, sendo procurada para dizer o que alguém devia fazer, curioso sendo que eu nunca sabia o que eu mesma devia fazer. Tanto tempo tendo tanta certeza de tanta coisa, sabendo a resposta pra tudo e sem pestanejar, fazendo escolhas para minha vida, agora estou aqui, à mercê do destino (poético).
Ora tenho certeza, ora vacilo, ora hesito, ora oscilo.
Veja que dentre as quatro opções, três delas são mais para indefinido, que para definido. Que a maior parte das minhas respostas são com dúvida. Três quartos das minhas ações são incertas. Veja que mesmo que eu lute para tentar ter razão, quase sempre estou em dúvida. 
E não importa o quanto as estatísticas me provem que eu devo mudar de estratégia, continuo socando facas pontiagudas por todos os lados da minha vida.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Em meio a coisas velhas, encontrei um texto meu... Deu até saudade.

"Eu sinto a sua falta.
Sinto falta do seu perfume, do qual eu nunca esquecerei o nome, nem o cheiro.
Sinto falta do seu peito largo e de quando me puxava pra deitar nele.
Sinto falta do nosso sono carinhoso.
Sinto falta do seu olhar que me dizia tantas coisas, mais coisas do que as que você mesmo dizia, porque não gostava de usar palavras.
Sinto falta das suas mãos. De como elas combinavam com as minhas, quando dadas.
Sinto falta do seu sorriso, com alguns dentes fora do lugar, que eu considero um charme. Sinto falta de como você o usava, também. Qualquer besteira que eu dissesse. Qualquer gracinha. Você ria, talvez, pra me deixar feliz.
Sinto falta do seu abraço, que vinha de repente, me assustava, me deixava perdida, pois era sempre na hora que eu menos imaginava.
Sinto falta de passar o dia inteiro conversando com você sobre todas as coisas que já aconteceram em nossas vidas, antes e depois de nos conhecermos.
Sinto falta do cheiro da praia misturado com o seu. Da areia grossa e escura, da água brava, das horas que passamos em frente ao mar falando sobre mais uma centena de coisas.
Sinto falta do primeiro sorriso que me deu, involuntário, inesperado. Para mim, pelo menos.
Sinto falta das suas palavras, de como elas eram ditas pra mim, como as fazia serem incríveis e perduráveis.
Sinto falta do seu “que saudade”, do seu “eu gosto de você”, do seu “não é fácil”.
Eu sinto falta de algo que nem durou, de algo que talvez, nem tenha existido de verdade. Sinto falta do tempo que estávamos nos conhecemos, do tempo em que fiz loucuras, do tempo que não me arrependo de um só segundo."

terça-feira, 3 de março de 2015



Era indescritível aquela sensação.
Tudo tinha acontecido tão rápido. Eles se conheceram e o santo já bateu. Começaram conversar e viram que não existia só música em comum entre eles, que não era só interesse artístico, tinha mais. Ela pensava que era uma relação extremamente intelectual, tinha encontrado alguém que compartilhava ideias e ideais parecidos com os seus, uma vontade de ser livre, um potencial pra ser grande, um desejo de ser único.
Foi um dia, horas de conversa e troca de olhares, o suficiente para algo nascer. Mesmo sabendo que isso não podia nascer, pois existiam outros. Mas ardeu.


Ambos sabiam que não deviam, que não podiam, mas por quê? Por que eles teriam se encontrado se não pudessem sentir isso tudo assim, de uma vez? Por que eles teriam se trombado, da forma mais inusitada e inesperada? Para passar em vão? Ela não acreditava nisso. Arriscou, arriscou algo certo para o resto da vida, sem dó, nem piedade. Não jogou fora, reciclou. Reciclou o que já não era algo saudável, reutilizou.
Foram beijos, blues e poesia. Foram músicas, declarações e textos. Foram mensagens com metáforas, foram analogias. Foram toda a literatura em um dia, foram toda a magia artística de melodias em segundos. Foram amor. Não aquele amor que dura, aquele amor que surta. Que te faz não pensar, que te faz fugir, correr e sorrir. Foram suor, foram carinho, foram contato. Sentiram cada centímetro de pele, a sua, a do outro. A adrenalina, a euforia, a dúvida e a certeza, o desejo, a carne, a vontade, a pele, o cheiro. O perigo.
E como uma brisa de verão, passou. Não o sentimento, não a vontade, mas não se tinha mais a verdade. Esperava-se uma amizade eterna, mas se teve tesão demais para isso. Esperava-se companheirismo, desabafo, mas teve paixão e ciúme. Tudo o que é bom dura tempo o bastante para se tornar inesquecível, já dizia o poeta. Porque felicidade assim não dura para sempre. Amor nenhum é lua de mel eterna. E como as coisas são escritas da forma correta. Como as coisas são feitas da maneira correta. Elas têm seu início, meio e fim. Elas têm todas as correntes que se unem, para não faltar um espaço, para não escapar nada.
E quando elas se fecham, o que resta, o que falta, fica. A saudade.

Assinado, girassol.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Dizem que a pior mentira é a que contamos pra nós mesmos, mas o que acontece quando contra-argumentamos com nós mesmos?

Aqueles dias que você pensa em tudo o que fez e faz, na situação que está, no que te levou até ela e o que deve ser feito para que ela não seja um problema. Você pensa em todas as coisas como vítima, depois como agressor, depois observa.

Você pensa que está fazendo a coisa certa, no próximo minuto não está mais, conta até 10 e vê que sempre esteve no lugar certo, da forma errada, ou vice e versa. Ou nenhuma das alternativas. Se questiona tanto sobre tantas coisas, que nem sabe mais em que lugar está. Não sabe mais o que realmente sente. Não sabe mais quem realmente é.

Não estou me sentindo assim hoje, me sinto assim 24 horas. Não como se não soubesse quem sou, no fundo todos nós saberemos, mas como se todos os caminhos que escolhi estivessem me levando pra algo tão incerto quanto a realidade atual.

Mas se quer saber, vou mergulhar no desconhecido, antes navegar e me afogar, que passar a vida boiando.