quinta-feira, 24 de abril de 2014

Diário dos sonhos - parte 1

Eu acredito que sonhos dão dicas pra gente. Acredito que sonhos são aquilo que pensamos o dia inteiro sobre, que vimos, quisemos, sonhamos e não conseguimos.

Hoje eu sonhei que tinha passado num programa de mestrado que tem me interessado faz um tempo. Sonhei que fui pra essa cidade nova, fazer um tour e conhecer todos os setores, ver como tudo funciona, os cursos e tudo mais. Fui com umas colegas que tenho saído atualmente, que vivem uma realidade completamente diferente da minha (elas tem dinheiro e eu não). Por isso, estavam bem vestidas, bem apresentáveis, e eu, como não queria parecer muito horrenda perto delas, me vesti de forma parecida. A questão é que, nessa universidade que consegui a bolsa, as pessoas não se importam nem um pouco com o que eu estou vestindo e sim com o que eu tenho pra falar e acrescentar a elas. São capitalistas sim, como a maioria das pessoas no mundo, mas não quer dizer que precisam de status pra viver, menos ainda pra conquistar o seu capital. 

Fui mal vista, depois de entrar. Quando começaram as aulas, tinha apelido de metida e as pessoas nem me conheciam, apenas tinham me visto, metida e cheia de graça no dia do tour. Eles me olhavam de esguelha, faziam brincadeiras de ensino médio, me isolavam, entre outras coisas desagradáveis que você pensa que só vai ter que conviver no colegial.

É engraçado pensar nos inúmeros significados que ele possui pra mim. Ser menos desagradável. Querer agradar menos as pessoas que, possivelmente, não estarão comigo no futuro. Parar de tentar ser quem eu não sou. Parar de parecer quem eu não sou apenas para fazer parte de um grupo de pessoas, isso vale pras pessoas da universidade também, afinal eu não preciso virar uma hippie doente para ser uma profissional inteligente. Engraçado como os sonhos nos dão dicas, todos os dias, e nem sempre sabemos identificar o que eles realmente significam... Agora mesmo posso estar errada.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Daí você se pergunta "eu sou feliz?". 

Você pensa em todas as coisas injustas que existem no mundo e nas pessoas que são injustiçadas com elas. Você pensa em quantas dificuldades existem para um ser humano passar e pensa, por que não é feliz, afinal? Você pensa em todas as coisas que poderiam ser piores do que a qual está passando, mas, não seria injusto com você? Por mais que existam problemas acima dos seus, o seu nunca deixa de ser problema, a questão é, quanto vale a pena você acreditar que seu problema é tão imenso? 

Quanto vale a pena você deixar esse problema prosseguir, te seguir, resistir? Tantas pessoas no mundo, tantos erros, tantas dificuldades, algumas que não podem ser alteradas e você aí, decidindo o que deve fazer. Às vezes vejo quão fúteis e insignificantes são meus problemas, mas quando os junto, realizam a infelicidade que existe. 

Não infelicidade geral, pois esta também não existe. Nenhuma vida é feita só de tristeza. Nenhuma. Mas diga, quanto vale, então, a liberdade dessa infelicidade? Quão difícil é conquistá-la? Quanto demora pra alguém conseguir se libertar? E por que deveria?


segunda-feira, 14 de abril de 2014

E será sempre sua culpa. O porquê da separação. Os motivos da traição. "Serás completamente responsável pelo que cativas", não tens escolha. Um erro, um maldizer, um olhar torto. Tantas coisas que fazemos, diariamente, sem o menor indício de necessidade. Tantas bobagens que poderiam ser evitadas com 2 segundos a mais de consciência, antes de reproduzi-las. Seres tão falhos não deveriam existir, mas além de existir, resistimos.

sábado, 5 de abril de 2014

Como cansam as coisas que mudam de repente.

Sempre pensei "let it be", como os Beatles diziam, mas nem sempre é tão fácil assim. 

As pessoas andam bem, as coisas correm da forma como deveriam correr e, de repente, tudo muda. Você anda com suas pernas, segue quem deseja, faz o que quer e, mesmo assim, consegue se entristecer e decepcionar com inúmeras coisas. Você quer que as coisas sejam mais simples, que sigam determinados rumos, mas nem sempre é você quem pode determinar a direção das situações decorrentes. Você quer e, talvez, você pudesse, mas você não consegue. Alguma coisa de puxa para baixo, ou para cima, ou para qualquer caminho que não seja o correto. 

Chega um momento que não é mais certo, esperar, recorrer, aceitar. Você coloca todos os seus sentimentos, suas vontades, seus desejos, em primeiro lugar. Você tenta reformular todas as situações para que você não se magoe ou sofra. Você tenta, de todas as formas, calcular as ações que devem ser realizadas e, sempre, sem exceção, você cai. Você é pego de surpresa. Você sofre.

Sem receita e sem vontade, você já não sabe o que fazer.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Desabafo

Faz tempo que não escrevo, então, talvez, serei um pouco longa hoje. 

Engraçada é a vida. A gente aprende tanta coisa, cada dia mais, com as pessoas, com as coisas, situações, lugares, tudo. Tudo está em constante mudança, mudanças que mexem conosco, que nos deixam diferentes. Essas situações são o que nos diferem das outras pessoas. Eu, por exemplo, estou no oitavo (primeiro) semestre de Comunicação Social, habilitação em Publicidade e Propaganda. Entrei no meio do ano e agora estou fazendo o primeiro semestre para compensar as horas, para que o curso seja validado pelo MEC. Estou passando por inúmeras mudanças e a principal delas? A forma como entendo as coisas. Tenho aula de sociologia, processos de comunicação, língua portuguesa e toda a base de um curso de comunicação, coisas que devia ter aprendido no passado, mas que estão sendo mais válidas agora. Meu professor de sociologia é fantástico. Cada palavra que ele fala é como se fosse uma viagem ao mundo, pra qualquer lugar, desde a Itália (sonho), até qualquer lugar que eu nem imaginava que existia. Talvez (quase com certeza) eu não estaria aproveitando as experiências que ele têm para oferecer se eu realmente estivesse no primeiro semestre, como alguns "colegas". Talvez eu não absorvesse um terço das palavras que ele despeja em seus alunos de terça e quarta. Mas agora está sendo relativamente construtivo. Ou não. Sociologia não é uma matéria que nos deixa focados e nos deixa escolher, claramente e com toda a certeza do mundo , o que queremos seguir para sempre.

Também é engraçada a sensação que temos, às vezes, sobre os sentimentos. Sobre as pessoas a nossa volta, sobre o que elas têm a nos oferecer  o tanto que essas ofertas podem mudar nossas vidas. Sou apaixonada por um rapaz de 24 anos, assim como eu, que cursa medicina e tem toda a certeza do mundo do que quer fazer para  o resto da vida. Diferente dele, eu, 24 anos, sou a pessoa mais confusa da face da Terra e com muitas certezas também. Sei que quero ser importante, não para que as pessoas saibam meu nome por acaso, na TV ou em algum jornal, mas que, quando eu aparecer, elas saibam quem eu sou, profissionalmente. Entre tantas dúvidas, eu ainda não sei o que meu perfil profissional tem pra oferecer. Quase formada, estou ingressando no mercado de trabalho, com a certeza absoluta de não ter certeza de nada.

Ouço tantas vozes. Pessoas que dizem: vá praquela direção, ou, praquela, ou, tente aquela. Muitas delas querem meu bem, muitas mal me conhecem e muitas, com certeza, não se importam.

Sinto que, cada dia que passa, me torno mais adulta. Me torno mais responsável por meus erros e escolhas. Me torno mais incoerente e incerta sobre qualquer coisa que passa pela minha mente. Dou maus conselhos, passo más informações e, principalmente, tenho maus pensamentos. Pessoais, profissionais, familiares. Tenho tanta certeza do nada, que o nada me consome por inteira.

Quero tanto coisas que não sei se posso alcançar, mesmo falando pra outras pessoas o quão capazes elas são. Desejo tantas coisas erradas, que mesmo por um segundo, me fazem sentir vergonha dos meus neurônios. Coisas erradas que poderiam satisfazer desejos, mas não poderiam fazer histórias. Não das boas. Como é difícil ter certeza do que você quer.

Invejo as pessoas que possuem certeza. Conheço poucas, mas as poucas que conheço, admiro. Sejam professores, amigos ou conhecidos. Pessoas que planejaram sua vida, que tiveram certeza a cada passo dado, de cada resposta dada, de cada ingresso comprado. Pessoas que lutaram pelo que quiseram, mesmo que, para alguns, não tenha sido tão difícil assim. Invejo pessoas que possuem um único sonho.

Contudo, ao mesmo tempo, não consigo me imaginar certa das coisas. Sou o tipo de pessoa que vive intensamente cada minuto, seja doloroso ou agradável. Seja nojento ou sensual. Os opostos que forem. Aproveito-os. A única certeza que todos possuímos é a de que, um dia, todos iremos terminar esse caminho, com passos certos ou não. Mesmo os certos irão ruir, independente da religião, iremos morrer. Todos iremos ser esquecidos um dia. Então eu quero tudo ao mesmo tempo, mas, principalmente, eu quero que todos os segundos, de risos ou lágrimas, sejam bem aproveitados no meu dia-a-dia, para que eu possa aproveitar cada segundo, com a certeza de nunca estar certa sobre nada.