segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ostentando

Existem três coisas que me fazem ter nojo das pessoas. Ostentação, mentira e hipocrisia. Ainda escreverei um texto para cada uma delas, mas o que está me incomodando hoje é a ostentação. É desprezível a forma como as pessoas (no caso, da minha cidade, pois são quem eu conheço, mas acredito que haja extensão de valores a outros habitantes do mundo) têm o costume de expor o que não possuem, ou se possuem, o mínimo que for, fazem questão de mostrar ao mundo que conquistaram e não com orgulho de si ou do trabalho que acarretou a conquista, mas com soberba e arrogância. Difícil manter a conta de quantas pessoas que eu conheço fazem parte desse número, acima. Quantas pessoas que possuem um belo nome, uma história relativamente forte e digna e usam desses artifícios para se exibir. O mais engraçado são os que nem fazem parte dessa "nata" e mesmo assim se auto classificam como classe alta. E tem aqueles que se "juntam" com alguém dessas classes, para dizer que fazem parte, esses são os que me dão pena, na verdade. Não é legal ficar falando os pontos negativos das pessoas, menos ainda, falar sobre seus defeitos em alto e bom som, mas acho que as pessoas para quem eu estou falando, provavelmente não darão a mínima para isso, nunca, então me sinto na liberdade. Fica aqui, portanto, meu pesar, sobre sonhadores frustrados, sobre investidores com excesso de auto confiança e, claro, aos apostadores na sorte, que apostaram tanto na loteria, quanto nos casamentos, e continuam sendo as mesmas pessoas medíocres de sempre.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Começo sem fim

Me peguei, hoje, caçando inspiração. Não sei você, mas eu tenho um processo criativo incerto e não possuo domínio sobre o que pode me inspirar. Às vezes, escuto alguma música nostálgica, ou algo muito novo, que nem me agradou ainda, mas poucas dessas vezes, isso resolve alguma coisa. Ora ou outra eu leio algum livro que me apaixonei, quando mais nova (mais especificamente Harry Potter's), mas isso só me faz lembrar de como era bom ter tempo para ler, escrever e sentir meu processo criativo. Algo que me inspira é conhecer novos lugares, novas cidades, novas histórias, mas nem todos os dias tenho dinheiro, tempo ou paciência para isso. Algumas pessoas me perguntam por que eu gosto dessa loucura de visitar cidades grande e até querer morar nelas, esse gosto pela correria, essa vontade de "passar nervoso", mas, sabe... Meu problema é gostar do novo. Eu gosto do novo, do diferente, do exótico, do excêntrico. Eu gosto de cinema cult e música indie, eu gosto de estampas de cortina antiga e gosto de filtros que deixem as fotos bem amarelas, mas gosto das coloridas e de pop art. E gosto de recortes modernos e jornais velhos, gosto de cheiro de café e suco de acerola fresco. Acho que o problema não é apenas meu gostos diferentes ou anormais, afinal, não tenho uma personalidade definida, mas, talvez, seja a questão de nunca sair do mesmo lugar. 



Vivo me repetindo "size the day", "life is short" e pretendo, até, tatuar isso em algum lugar do meu corpo, mas, outrora, não consigo realmente colocar em prática, 24 horas por dia, essas frases de efeito. Quem conhece meu mal humor matinal ou de inverno, sabe do que estou falando. Mas não é apenas mal humor. Não é apenas alguns dias, que isso acontece. Minha bagunça é uma coisa que nem eu compreendo. Não sei o que realmente me faz feliz, em todos os sentidos, não apenas no amor, ou amizade, ou fé. Quando era criança fazia inúmeras coisas que me deixavam alegre e, dentre elas, muitas coisas que pensei que pudesse seguir a vida fazendo, mas não foram. Cantar, dançar, atuar e, por fim, escrever. Apesar de manter esses aspectos na minha rotina, não são como previ. Não são como desejei. Mas ao mesmo tempo que penso "como eu queria fazer isso..." eu penso, "como eu faria isso?". Por que tanta bagunça, massinha cinzenta? Não é por falta de consciência, noção ou qualquer coisa capaz de discernir o que é bom ou ruim, é apenas, minha bagunça.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Fogo

Tudo o que eu preciso é de uma fogueira. Uma fogueira, em um lugar distante, onde eu só escute a cachoeira e o vento balançando as folhas das árvores. Como as pessoas não sentem necessidade de coisas simples, como um dia no campo? Como não sentir vontade do silêncio, da quietude de um gramado, da diversidade de aromas que fazem você pensar em coisas que nunca pensou?



Não tenho habitat. Não preciso morar tanto tempo em um local só, pra me sentir segura, ou feliz. Eu gosto de me adaptar. Eu gosto de ter que conhecer inúmeros lugares e ser obrigada a aprender com cada coisa que está em volta dele. Posso conviver com areia do mar no meu banheiro e posso aguentar algumas picadas de mosquito, algumas. Posso caçar, por que não? Posso pescar e gosto disso. Poderia cultivar algumas frutas e legumes, seria difícil ter paciência para isso, mas talvez eu aguentaria. Diferente, novo, exclusivo ou comum. Gosto das diferenças, gosto dos gostos, gosto dos cheiros, bons e ruins, com algumas exceções. Gosto das sensações, de ter medo, de ter vontade, ter coragem e ter frio, mas nem sempre. Gosto de sentir dor, porque isso me deixa tão humana. É fácil ser de plástico, nesse mundo. Mas meu sangue não duraria 15 minutos naquele material ruim, ele é escuro e grosso, forte, doce. Vivo.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Crise dos vinte

Foi andando sem rumo que eu achei o caminho, mesmo esse caminho, ainda, não sendo o que pretendo seguir até o fim da vida. Por que é tão difícil escolher algo pra se fazer? Escolher algo pra ser bom, a vida inteira. Algo que te complete e te faça mais feliz, algo que te faça sorrir, só de pensar e não é de amor que eu estou falando. Fico impressionada com pessoas certas de si, que têm certeza sobre os passos que dará. Que pensam em suas vidas no futuro, suas casas, suas famílias, até seus animais de estimação. Fico de cara com quem sabia, desde o jardim da infância, o que iria fazer até o dia que morresse. Fico pensando como? Quando? Onde e por que essa pessoa conseguiu escolher alguma coisa, entre tantas, tantas mil, para fazer? Meu problema não é pensar que essas pessoas estão certas de si, acho que meu problema é pensar que, durante meus vinte e três anos e sete meses, eu não tenho ideia do que fazer com os meus futuros dias. Foram vinte e três anos e sete meses de muitos tropeções, tombos, erros, reerguidas, tombos duas vezes piores, entre mil coisas que, normalmente, são piores, que melhores. Vinte e poucos anos tentando encontrar alguma coisa que me fizesse completa, profissionalmente falando. Afinal, amores vão e vem, amigos vão e vem, até em sua família você pode se dar ao luxo de fazer certas escolhas, mas profissão... Sina... Vocação... O que é isso, afinal? Passar horas em um escritório. Não. Ficar dias viajando e vendendo alguma coisa diferente. Não. Participar de mil reuniões chatíssimas e importantíssimas. Não. Cada dia que paro pra pensar nas inúmeras coisas que somos capazes de fazer, para o resto de nossas vidas, mais penso que eu sou a pessoa mais indecisa do mundo. Já era para coisas comuns, como a menina do comercial do Spoletto, mas nunca pensei que fosse me dar tanto trabalho para encontrar um futuro. Eu pensava que esse tal futuro te batesse na cara, sabe? Como jornal ao vento, voando até bater nas nossas fuças e nos dizer "siga aqui". Tenho uma caixinha de sonhos, é um potinho de vidro, com tampa e transparente, onde coloco vários papéis com o nome das coisas que desejo fazer até o dia da minha morte e, cara, é muita coisa. Cada vez que eu escrevo num papel desses, eu me pergunto, por que, diabos, depois de vinte e poucos anos, eu ainda estou na adolescência.


terça-feira, 23 de julho de 2013

Quero


Quero viajar o mundo. Quero sentir o vento de vários continentes batendo em meu rosto e me dizendo em que direção devo correr. Quero viver cada segundo em inúmeros fusos horários, enquanto ligo pros meus pais dizendo que estou vendo, neste instante, alguma maravilha do mundo. Eu quero falar várias línguas, nem que a única palavra que eu conheça seja eu te amo, porque eu já tenho alguém pra quem dizer. Quero ver cabelos, cores, peles, olhos e sentir cheiros que nunca pensei que existissem. Quero conhecer, quero ver, quero entender o porquê de tanta gente viajar tanto e o porquê de tanta gente ficar no mesmo lugar. Quero compreender as culturas e tradições, quero comer pizza quadrada e tomar cerveja belga na Bélgica, quero um croissant legitimamente francês e quero ele quente, quero tomar um vinho português na beira de algum rio maravilhoso e quero alisar os bigodes de um espanhol  forte, quero subir e descer montanhas, congelar e derreter em climas extremos, quero ver animais que em fotos me pareciam desenhos e quero abraçar as pessoas que falam obrigada e por favor, em todas as línguas que eu puder aprender. Eu quero subir nas pirâmides e morrer de medo das maldições, quero saltar de algum lugar bem alto e cair em um lago congelante, quero ver plantas carnívoras devorando alguma coisa e quero ver morcegos enlouquecidos em suas cavernas. Quero, eu quero, quero tanta coisa, quero tanto, tudo.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mais um início

É sempre bom começar algo novo. É sempre bom ter algo diferente pra fazer, aquele começo que todos sentem a excitação, a adrenalina, a vontade, o desejo. Este é meu sexto blog e, adivinha? Certamente vou me cansar dele. O engraçado é perceber como a forma que escrevemos, que pensamos, que vivemos, muda. Muda gradativamente, muda periodicamente, mas parece que somos sempre os mesmos. Os mesmos erros, os mesmos intuitos e objetivos, os mesmos desvios de atenção. Parece que o tempo passa e todo aquele papo sábio de que "um dia você vai saber" não existe, afinal, tantos anos se passaram e ainda está cometendo as gafes de uma criança de 15 anos. Relacionamentos, empregos, amizades, interesses, tudo tão distante de ser igual o que era há... Dois dias atrás. Mesmo as pessoas certas de si têm essas dúvidas, não? Certas de que farão a mesma coisa que queriam, desde sua infância, para o resto de suas vidas. Invejo essas pessoas, algumas vezes, porque cada dia que passa tenho mais dúvidas sobre o que vou fazer para o resto da minha... Eu quero coisas demais, eu quero estudar e trabalhar e viajar e, e, muitas coisas que não cabem no meu dia, no meu mês, no meu ano. Tô deitada no meu ego, pensando o que poderia fazer pra mim, por mim, hoje, sempre.