quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Não gosto de gente que não dá o verdadeiro valor nas pessoas que ama. Aqueles que só dão valor quando perdem, principalmente. Não gosto de pensar que tem gente que possui pessoas incríveis em seus círculos, sejam amigos, amantes ou conhecidos e, mesmo assim, insistem em fazer a coisa errada. Falo desde traição, até desleixo. Falo de falta de respeito, a falta de consideração. Claro que existem dois lados, três na verdade. O de cada pessoa e o correto, sem intenções e predisposições, mas, mesmo assim, não se reclama ou acusa sem motivos. Eu não sei o que pensar, porque vivencio situações com inúmeras pessoas, de diversos comportamentos, em sem número de personalidades. Pessoas certas, pessoas erradas. Pessoas boas e outras nem tanto. É tão difícil decifrar e definir caráter, tão complicado credibilizar a alguém, alguma coisa. É quase impossível viver a dois, perto ou longe e imensurável a dor de viver sozinho. O ser humano é insatisfeito e procura defeito em tudo, mas quem não dá valor a quem ama, devia ter, pelo menos uma vez na vida, a mostra da perda. Sem ela. Sei que quando escrevo eu viajo em situações, começo falando de uma coisa e, de repente, o assunto toma outro rumo, forma outra face, mas ainda falo da mesma coisa, pensando nas coisas que só minha cabeça consegue formular, sem conseguir interpretar. Sim, ela não se conhece realmente. Eu não me conheço realmente. Então eu escrevo, porque falar sozinha eu já to cansada.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Eu, você e ele

Às vezes você se importa demais. Você se dedica imensamente a alguém, ou por alguma situação que sentiu que devia fazer isso ou apenas por amar essa pessoa. Você quer que todos os segundos da vida dele (a) sejam intensos e emocionantes, que façam a diferença, que não passem, apenas. Você tenta ser a melhor pessoa do mundo, desde a educação, até a tentativa de realizar todos os desejos desse ser, por mais loucos que eles sejam. Você tenta ser companheira (o), amiga (o), você tenta ser muito mais que amante, mas e você? É engraçado parar para pensar o quanto nos dedicamos a inúmeras pessoas, diariamente. Pessoas que nem sempre se preocupam com a gente da mesma forma. Pessoas que, algumas vezes, apenas precisam de nós. É engraçado pensar que muitas dessas loucuras que você ajudou essa pessoa realizar, podiam ser as suas loucuras e aí você pensa que, talvez, essa pessoa jamais concordaria com a sua loucura. "De todos os loucos do mundo, eu quis você/Porque a sua loucura parece um pouco com a minha"¹. Quem sabe? Quem realmente sabe se as loucuras que aceitamos ter são realmente nossas. Quem sabe se os destinos que vivemos são realmente os nossos. Tanta coisa muda quando estamos juntos de alguém, juntos de outras vidas, não apenas da pessoa, mas da família da pessoa, dos amigos da pessoa. Tanto ego que escorrega nas diferenças entre uns e outros. Aí você se pega pensando... Tudo o que já fez para fazer alguém feliz. Tudo o que deixou de fazer, que te deixaria feliz, para fazer alguém feliz. Você para e pensa em como foi infeliz, prezando pela felicidade de alguém. O quanto se cansou. O quanto foi difícil. O quanto você quis chorar, na hora que sorriu. Cansa.

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¹De todos os loucos do mundo - Clarice Falcão

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O luto

O que é o luto a não ser a certeza de que poderíamos ter feito mais. Mesmo quando somos prestativos, quando somos queridos, mesmo quando somos esperados e desejados. Nós sabemos que apesar de todos os esforços, de todos os feitos, poderiam ter sido mais. O luto machuca porque sabemos que algum dia deixamos de aproveitar um momento simples ao lado da pessoa que não está mais conosco, que dez minutos que deixássemos a preguiça, a preferência, a pouca vontade, poderíamos ter feito mais. Estou de luto, estou de luto por saber que conheci uma pessoa fantástica, que se tornou querida e me fez sentir querida. Que esteve sempre preocupada, mesmo que não me vendo todos os dias, mesmo que não estando comigo por muito tempo. Estou de luto por alguém que completava muitas vidas, inclusive a minha. Alguém que só de dizer oi ou dar um abraço podia mostrar quão boa era. Estou de luto por saber que nunca mais irei escutar as palavras carinhosas e delicadas de uma mulher que carregava o mundo nas costas pra que outras pessoas pudessem ser felizes. Não era meu sangue, mas posso dizer que já fazia parte da minha alma, da minha essência. Dói. Dói a perda e dói ver as pessoas que  ela deixou pra trás, mesmo sem querer. Dói ver e sentir a dor junto com essas pessoas que também sentem esse luto de saber que podia mais. Dói. Mas que todos saibam que mesmo que pudesse ter aproveitado mais, vivido mais ao lado dela e sentido mais esse seu amor incondicional por tudo o que é vivo, não há arrependimentos dos que pude estar com ela. Dos momentos que pude parar e ouvir suas histórias, dos momentos que pude sentar e ver como ela cuidava de tudo, desde seu jardim, até das pessoas que não faziam parte do seu laço familiar. Sou feliz por ter conhecido uma pessoa fantástica, uma mulher  maravilhosa, uma mãe, uma avó, uma pessoa que, por mais comum e pecadora, como qualquer outra,  que fosse, ela era especial. Ela era essencial. Vai fazer falta. Já está fazendo.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Mas quando a gente diz "ligar o foda-se", não é de todo o mal. Veja bem, quantas vezes você já prestou atenção em coisas que nunca tiveram realmente um significado? Quanto tempo já perdeu procurando informações relevantes para gerar uma discussão ou apenas para provar que estava certo? Quanto já foi dito, escrito, ouvido, ou qualquer outra ação, simplesmente pela satisfação de ter argumentos, esses que, no fim, se mostraram apenas prejudiciais ao seu desenvolvimento como ser humano? Não é pecado se importar, nem certo, nem errado, mas veja bem, analise comigo. Se cada um desses minutos perdidos tivessem sido investidos em cafés bem tomados, filmes bem assistidos, livros bem folheados, quanto mais a seu favor você teria, em vez de apenas a ideia do certo e errado. Filosofar sobre o foda-se é engraçado, porque eu já tive várias fases dele. A do fingir que o liguei, dar uma de esperta e por dentro estar me corroendo e continuar fazendo as mesmas coisas inúteis. O estar totalmente ligada nele que toda e qualquer coisa não fez diferença, desde um eu te amo, até um jantar bem feito. E o equilíbrio. E que coisa abençoada é esse tal de equilíbrio. Sorrir sem ter motivos, ao sentir o vento, ao ouvir uma música, ao ver alguém. Nem paixão, nem amor, apenas sensações comuns que as pessoas não percebem pelo estresse e excesso de importância a coisas que não servem de nada. Não estou aqui pra convencer ninguém, mesmo porque aprender sozinho é a lição mais valiosa, mas eu precisava dizer, obrigada harmonia, por existir.