Hoje assisti dois filmes incríveis. Filmes que falavam de amor. Filmes que mostravam como a arte pode ser muito mais do que design, muito mais que contextualização, muito mais que sons e música. Vivo com arte desde que era criança, família de músicos, católica, desenhista, alguns anos de teatro. Arte é algo que me completa, que me transforma, que me faz enxergar tudo o que eu desejo realmente e que está oculto em meu coração e, por mais clichê que pareça, arte é amor. Metaforicamente, como esses filmes disseram, ou extremamente palpável, como a maioria de muitos outros que já vi. Literal e lateralmente. Afinal, sentimento é intangível, mas o que se sente ao tê-lo, ou perdê-lo, é muito real. Fazia tempo que não via arte como vi hoje, em algumas horas de risos e lágrimas, na compreensão e na relação feita com nossa vida, com nossas metáforas, com nosso amor. É tão bom respirar arte.

Sentimento é algo que te confunde. Você vive bem sem ele, mas sente falta de um drama, então se envolve. Você está feliz consigo mesma, você pensa em você o tempo todo, se ama, se cuida e se valoriza, mas em algum momento do seu dia, falta alguma coisa. Apego. Apegar-se a alguém que te faça sorrir, que te dê motivos pra sentir saudades e que te faça ter vontade de sempre surpreender. Você quer que o dia voe pra estar com ele, você pensa milimetricamente em cada ato que será consumado, cada palavra que será dita, apenas pelo prazer de imaginar a reação que será devolvida. Apega-se ao sorriso, ao abraço, apega-se ao desejo de ouvir palavras boas, diferentes das costumeiras e iguais aquelas que já iludiram um dia, apenas pelo prazer de sentir ilusão novamente. Como é bom sentir ilusão. Como é bom ter certeza de que a pessoa certa foi enviada ao seu caminho por uma entidade divina e que o universo está conspirando para que esse amor seja eterno. Como é delicioso ter a sensação de que mais ninguém te entende e te olha como ele, de que não existe outra pessoa no mundo que poderá completar suas frases e sentir sua dor. Enxugar suas lágrimas. Aí você vê que cada sensação de ciúme e incerteza das outras pessoas com que você se envolveu eram falhas, eram momentos de incertezas de impressões erradas, que você cultivou pelo não saber o que fazer. Você agora é segura do relacionamento, é madura, é sensata e apaixonada. Nunca pensou que fosse conseguir ser tantas coisas ao mesmo tempo, principalmente o madura e apaixonada, em conjunto. O sentimento confunde, o sentimento te mostra que tudo é diferente do que você pensou, que todos são diferentes e que você, esse tempo todo só estava crescendo. Mas depois de toda a trajetória, de todo o desenrolar da trama, vira tudo, novamente, a mesma coisa. Drama.