quinta-feira, 3 de abril de 2014

Desabafo

Faz tempo que não escrevo, então, talvez, serei um pouco longa hoje. 

Engraçada é a vida. A gente aprende tanta coisa, cada dia mais, com as pessoas, com as coisas, situações, lugares, tudo. Tudo está em constante mudança, mudanças que mexem conosco, que nos deixam diferentes. Essas situações são o que nos diferem das outras pessoas. Eu, por exemplo, estou no oitavo (primeiro) semestre de Comunicação Social, habilitação em Publicidade e Propaganda. Entrei no meio do ano e agora estou fazendo o primeiro semestre para compensar as horas, para que o curso seja validado pelo MEC. Estou passando por inúmeras mudanças e a principal delas? A forma como entendo as coisas. Tenho aula de sociologia, processos de comunicação, língua portuguesa e toda a base de um curso de comunicação, coisas que devia ter aprendido no passado, mas que estão sendo mais válidas agora. Meu professor de sociologia é fantástico. Cada palavra que ele fala é como se fosse uma viagem ao mundo, pra qualquer lugar, desde a Itália (sonho), até qualquer lugar que eu nem imaginava que existia. Talvez (quase com certeza) eu não estaria aproveitando as experiências que ele têm para oferecer se eu realmente estivesse no primeiro semestre, como alguns "colegas". Talvez eu não absorvesse um terço das palavras que ele despeja em seus alunos de terça e quarta. Mas agora está sendo relativamente construtivo. Ou não. Sociologia não é uma matéria que nos deixa focados e nos deixa escolher, claramente e com toda a certeza do mundo , o que queremos seguir para sempre.

Também é engraçada a sensação que temos, às vezes, sobre os sentimentos. Sobre as pessoas a nossa volta, sobre o que elas têm a nos oferecer  o tanto que essas ofertas podem mudar nossas vidas. Sou apaixonada por um rapaz de 24 anos, assim como eu, que cursa medicina e tem toda a certeza do mundo do que quer fazer para  o resto da vida. Diferente dele, eu, 24 anos, sou a pessoa mais confusa da face da Terra e com muitas certezas também. Sei que quero ser importante, não para que as pessoas saibam meu nome por acaso, na TV ou em algum jornal, mas que, quando eu aparecer, elas saibam quem eu sou, profissionalmente. Entre tantas dúvidas, eu ainda não sei o que meu perfil profissional tem pra oferecer. Quase formada, estou ingressando no mercado de trabalho, com a certeza absoluta de não ter certeza de nada.

Ouço tantas vozes. Pessoas que dizem: vá praquela direção, ou, praquela, ou, tente aquela. Muitas delas querem meu bem, muitas mal me conhecem e muitas, com certeza, não se importam.

Sinto que, cada dia que passa, me torno mais adulta. Me torno mais responsável por meus erros e escolhas. Me torno mais incoerente e incerta sobre qualquer coisa que passa pela minha mente. Dou maus conselhos, passo más informações e, principalmente, tenho maus pensamentos. Pessoais, profissionais, familiares. Tenho tanta certeza do nada, que o nada me consome por inteira.

Quero tanto coisas que não sei se posso alcançar, mesmo falando pra outras pessoas o quão capazes elas são. Desejo tantas coisas erradas, que mesmo por um segundo, me fazem sentir vergonha dos meus neurônios. Coisas erradas que poderiam satisfazer desejos, mas não poderiam fazer histórias. Não das boas. Como é difícil ter certeza do que você quer.

Invejo as pessoas que possuem certeza. Conheço poucas, mas as poucas que conheço, admiro. Sejam professores, amigos ou conhecidos. Pessoas que planejaram sua vida, que tiveram certeza a cada passo dado, de cada resposta dada, de cada ingresso comprado. Pessoas que lutaram pelo que quiseram, mesmo que, para alguns, não tenha sido tão difícil assim. Invejo pessoas que possuem um único sonho.

Contudo, ao mesmo tempo, não consigo me imaginar certa das coisas. Sou o tipo de pessoa que vive intensamente cada minuto, seja doloroso ou agradável. Seja nojento ou sensual. Os opostos que forem. Aproveito-os. A única certeza que todos possuímos é a de que, um dia, todos iremos terminar esse caminho, com passos certos ou não. Mesmo os certos irão ruir, independente da religião, iremos morrer. Todos iremos ser esquecidos um dia. Então eu quero tudo ao mesmo tempo, mas, principalmente, eu quero que todos os segundos, de risos ou lágrimas, sejam bem aproveitados no meu dia-a-dia, para que eu possa aproveitar cada segundo, com a certeza de nunca estar certa sobre nada.

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